quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DA MINHA JANELA - PARTE 2


Apenas mais um esboço da vida real. Apenas aqui, mais uma vez, sentada de frente para a minha antiga janela, numa breve pausa para observar a vida alheia.

A lógica ainda é a mesma. A minha percepção de que não importa aonde você esteja ou o que esteja fazendo, você sempre pode ser observado, talvez até julgado. Mas, esse, caro (a) leitor (a) não é meu objeto de escrita ou de pensamento.

A velha garrafa de Coca-Cola ainda está sobre a mesa do apartamento do primeiro andar. Não sei dizer se a menina sapeca ainda vai para a escola a tarde e se o senhor de camiseta azul passa horas e horas do seu dia em frente ao computador, mas agora existe um cachorro engraçado, que acredito que através do sofá, sai pela janela até a floreira para dar uma espiadela na rua.

O apartamento do segundo andar está vazio e nele, justamente, veio a vontade desse repeat singular. A senhora simpática que acordava por volta das 10:00h, que toda manhã abria a janela a minha esquerda por primeiro em sequência até a sua última janela, que sempre estava enrolada na sua toalha cinza e com o seu poodle capilar, onde estaria ela?

Teria ela partido dessa para uma melhor? O que existe por trás dessa janela da vida? Ninguém nunca voltou para nos contar a resposta.

Enquanto isso, pelo lado interno da janela da minha vida, ao olhar para aquelas duas pessoas sentadas no sofá da minha casa, pensei: "as pessoas que mais amo no mundo e que me amam tanto quanto".

Por hora, enquanto não sei o que há do lado de lá, fico a observar as minhas janelas particulares, singulares, extremas, intensas, íntimas.